sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Treino PL66 - Acima, só o Everest

E tem gente que diz que promoção em rede social é tudo enganação... Bom para mim, que cheio de prêmio "fajuto" aqui em casa! Lógico que existem promoções e promoções e é preciso saber diferenciá-las. Participar daquelas em que o celular está sendo sorteado porque veio sem película protetora exterior é coisa de sério candidato ao Troféu Sorvete na Testa.

Sério que você cai nessa? ;-)



Mas existem, e felizmente são muitas, as promoções sérias. Eu, que passei boa parte da vida me lamentando por ser azarado, sem tentar a sorte em nada, venho recuperando o tempo perdido, participando de tudo quanto é sorteio (menos de chaveirinho e jogo de lençol!) e faturando alguns presentes. Já ganhei tênis, kit com mochila e outros badulaques, livros, suplementos, um cooler e até um videogame XBox 360 (que o meu guri adorou), entre outros itens bacanudos. E também coisas não palpáveis, mas igualmente interessantes, como inscrições de corridas (de monte!), ingressos para teatro, shows musicais e para o GP Brasil de Fórmula 1.

Mais um motivo para o vício
O presentão da vez seria de luxo: um free pass de três dias na Academia K@2, inaugurada no final do ano passado na expansão do Vale Sul Shopping, aqui mesmo no meu bairro, o Jardim Satélite. Não fica a dois passos do portão de casa, como o meu atual (e modesto) point de musculação. Mas não chega a ser longe, pouco mais de dois quilômetros daqui... E, nos recursos, quanta diferença!

Disneylândia de adulto
Se no dia em que fui obter informações sobre como usufruir do prêmio, já fiquei deslumbrado com as instalações, imaginem então ao colocar a mão na massa. Não nasci gostando de musculação, passei a adolescência toda (me virava bem!) sem me preocupar com definição muscular. Só depois dos sustos com a saúde e de me livrar da obesidade e do cigarro é que fui descobrir os seus benefícios, que vão muito além da vaidade e da estética. Não malho para ficar bonito ou "fortinho", embora me orgulhe do corpo que tenho aos quarenta e dois anos de idade, bem melhor que a da maior parte dos meus contemporâneos (e que o meu mesmo, há dez anos). Não treino só para me ajudar na corrida, muito embora seja diretamente beneficiado pelos ganhos de resistência, força e menor risco de lesões. Faço isso para cuidar de mim e da minha saúde, o que me faz um bem danado.

Eu cuido
Na quarta-feira, primeiro dia do test-drive, faria por lá a minha sessão de treino de resistência, com um maior número de repetições e uma carga mais baixa. Sem conhecer bem os moderníssimos aparelhos (embora tenha ficado agradavelmente surpreso com sua facilidade de uso, com instruções ilustradas afixadas em cada um deles), não arrisquei muito, reduzindo de trinta para vinte a quantidade de repetições de cada exercício, em três séries de cada. Quando tive dúvidas, fui prontamente atendido pelos solícitos professores. Tendo chegado às seis da tarde e começado o aquecimento com 45' de aula de rowing (remo seco), ficaria na academia até quase nove da noite... Sem a menor vontade de ir embora!

Não fugi da raia
Já a quinta-feira seria um dia de exercícios aeróbicos. Começaria por uma animada (e difícil!) aula de spinning. Pedalar, definitivamente, é algo que eu preciso retomar. Gosto demais e sei dos benefícios (boa parte do meu emagrecimento se deveu a horas suando na velha bicicleta ergométrica). Se, quando comprei a bike, anos atrás, não tive muita coragem de sair enfrentando sozinho o trânsito louco da cidade, hoje certamente teria a companhia de vários amigos corredores, que também se tornaram adeptos das duas rodas, e fazem passeios muito bacanas aqui pela região. Enquanto não junto din-din para comprar uma magrela que preste, que pelo menos volte a praticar na indoor. #Promessa

A poupança nunca dóóóóói... #SQN
Depois do pedal, viria a parte mais esperada. Correr na esteira é chato? Claro que é! Mas, dependendo da esteira, a chatice até diminui um pouco. Quando ela mais parece um fliperama, cheio de botões, cenários e apetrechos (até controle remoto da Net!), a gente se diverte e até esquece que está no brinquedo do hamster. Para ajudar ainda mais na distração, música (toca Raul) e um fartlek bem interessante, com variação de velocidade a cada três minutos. Alternando ritmos fracos (de 9 a 10 km/h) e mais fortes (de 12 a 15 km/h) e chamando a atenção dos vizinhos de aparelho, a maior parte fazendo caminhadas ou trotezinhos, completaria minha hora de treino com a razoável marca de 10,68 km rodados... Passou rapidinho!

Flight simulator
Não cheguei a experimentar as outras possibilidades do aparelho, como a variação de inclinação (farei isso hoje) e os treinos programáveis. Dá até para salvar o resumo do treino em um dispositivo USB. Corri para buscar o pendrive na mochila, mas não deu tempo de chegar. Foi o suficiente para ver, no entanto, a diferença que faz correr em uma esteira de qualidade. Faria, tranquilamente, muitos treinos ali, sem medo de tédio ou confinamento.

E nem é por isso, viu?
Finalizei a missão do dia com mais quinze minutos no simulador de caminhada, que parece molezinha, mas me fez suar em bicas; e alguns alongamentos. Termino hoje, sexta-feira, a minha degustação com mais uma sessão de musculação, agora com menos repetições e mais peso e passando por alguns dos aparelhos que não usei na primeira vez. Sem muitas perspectivas, por óbvias questões socioeconômicas, de dar continuidade aos treinos por lá, mas satisfeito pela grata oportunidade de conhecer a academia e seus recursos e por ter sido muito bem tratado enquanto lá estive. Quem sabe um dia eu volte para ficar.

Site da K@2:
http://www.academiak2.com.br

Gostei da montanha e, se puder, volto a escalá-la

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Treino PL65 - Terça insana

E a bipolaridade do cara do tempo continua à toda... Ou faz calor demais, como no domingo, que pareceu de verão. Ou vem outra frente fria da Argentina (mandem alfajores no lugar!) e gela tudo. Meio-termo, que é bom, quase nunca...

Ah... Seja sim!
Terça-feira, pelo menos para mim, não é dia de correr. Quando muito, um trotezinho de aquecimento na esteira antes da série de resistência na musculação. Nesses "dias de folga", preparo meu corpo para correr melhor e prevenir lesões. Já são quase oito anos assim, nesta rotina. E vem dando muito certo... Melhor continuar nela!

Há dias e dias
Mas radicalismo nunca. Pintou, em mais uma daquelas promoções no Facebook, uma oportunidade ímpar: ganhei, em sorteio, um free pass para três dias na moderníssima Academia K2, localizada na expansão do Vale Sul Shopping. Com o prazo para utilização se iniciando na quarta-feira, achei por bem antecipar o coletivo da semana em um dia. Fiquei, confesso, meio constrangido em pedir; não gosto de interferir nos planos alheios. Mas essa galera é mesmo fantástica. Alguns não podiam, tinham realmente outros compromissos para a noite. Mas boa parte atendeu ao meu chamado, sem querer saber qual era o dia da semana. A alegria de estarmos juntos era a mesma, folhinha à parte.

Qualquer que seja o dia
A mudança de data teria pelo menos um efeito colateral benéfico. A volta ao nosso convívio do bom companheiro Aldo, desaparecido dos treinos noturnos há quase dois meses. Por todo o percurso, aproveitaríamos para colocar o papo em dia. Histórias divertidíssimas dos seus perrengues nas férias em Maceió. A gente só não sabia se corria ou só ria...

kkkkkkkkkkkk...
Deixei o percurso a encargo do primeiro a responder aos classificados. Helber, maluco do asfalto recente, mas muito atuante, montou o roteiro mais uma vez partindo do SESI, mas invertendo o sentido em relação ao treino anterior, no final de julho. Quando fui colocar no MapMyRun o esquema de avenidas e ruas que ele bolou, a surpresa. O mapinha ficou com a maior cara de arma de fogo. Lembrou os velhos tempos de soldado. Ainda bem que nunca precisamos usar aquilo, vai saber se funcionava!

O treino da garrucha
Além de bélico, o caminho escolhido pelo companheiro de equipe também tinha lá as suas dificuldades. Começava em descida, e embalados seguimos da Cidade Jardim até a Salinas. Mas a volta, pela Ouro Fino, era um belo de um paredão. Descia e subia de novo, no prolongamento da mesma avenida até o encontro do Bosque com o Satélite. Baixava a altimetria novamente, na Iguape e se mantinha brevemente plana na Perseu. Para voltar a aumentar na Cassiopéia, seguir pela curva da Andrômeda até a Porto Novo, ladeira abaixo. E recuperar todo o desnível na longa e interminável rampa da Cidade Jardim. Íngreme no começo, mais suave depois de passar aqui perto de casa. Qualquer semelhança com um eletrocardiograma NÃO é mera coincidência.

Mais picos que vales
Com o adiamento do treino da última sexta para sábado e a antecipação da quarta para a terça, acabei fazendo algo não muito recomendável: correr por quatro dias seguidos. Em minha defesa, alego que:
  • o treino de sábado, apesar de longo (26 km), foi em ritmo mais fraco que de costume;
  • o de domingo foi caminhada, na escolta à minha esposa em sua estreia nas corridas de rua;
  • o de segunda foi um regenerativo de quarenta minutinhos e;
  • cansado de tanta lenga-lenga, só no de terça resolvi correr MESMO... ;-)
Ou seja, a filosofia é: se for exagerar, exagere com moderação.


Quinta tem um test-drive da esteira futurista da academia. E domingo, outro longão-ão-ão... Diversão não falta nunca!

Link no Garmin Connect:
http://connect.garmin.com/activity/366370011

Resumo do treino:

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Treino PL64 - É Fantástico! #SQN

Quando fiz os treinos usando um dos muitos aplicativos para celular Android voltados para corrida, o RunKeeper (não viu? Clique AQUI e AQUI), a galera do bem, sempre atenta, deu a dica: "testa aí também os outros apps!". Eu, que me interesso por (quase) tudo que envolve o meu esporte e adoro uma novidade, resolvi aceitar a sugestão. Estou colocando na fila os outros programinhas e, nos regenerativos de segunda-feira à noite, pretendo brincar com eles e postar aqui as análises. Bora encher a memória do aparelhinho!

Tá ficando parrudinho, hein?
Para o desta semana, a bola da vez seria o Runtastic. Falaram bem, não me lembro quem, dele. Disseram que era bem mais preciso que o seu adversário já analisado anteriormente, e coisa e tal. Saí para o trotezinho, portanto, com boas expectativas. Mas, é claro, com o relógio-frequencímetro-GPS no pulso, só para garantir (e ter com o que comparar). O lay-out na telinha, embora parecido, é um pouco mais retrô. E eu até que gostei dele. Sou um cara meio antiquado...

Só não estava em alemão...
Se não der uma vacilada, não sou eu. Ao abrir o aplicativo pela primeira vez, ele pediu um cadastro. Tentei puxar os dados do Facebook automaticamente e não consegui, ficou só girando a rodinha... E nada! E para lembrar se já havia feito na web ou não? E da senha? Tudo isso, detalhe, parado em frente ao portão do meu prédio. A vizinhança que passou ficou só olhando a figura estranha e murmurando baixinho "será que é doido?".

Será?
Nada que não fosse resolvido em alguns minutinhos, porém. Acionado enfim o start, saí para a corridinha atravessando a Cidade Jardim e pegando a reta da Cassiopéia. Primeira decepção: a voz da guria que dá os avisos de distância, tempo, ritmo e/ou velocidade e outras informações correlatas é em inglês. Mais tarde veria nas configurações que só a versão pro permite mudar o idioma. E que português não está entre as opções de áudio, embora o programa em si esteja traduzido para a língua de Camões. Ponto para o lusófono RunKeeper.

Nóis dominate
E gostei menos ainda quando a chick mandou o "GPS signal lost". Já vi que coisa boa não sairia dali. No primeiro e segundo quilômetros, os avisos foram até simultâneos, ou quase isso, ao apito do Garmin Fenix. Mas, a partir do terceiro, depois de seguir pela Andrômeda rumo ao Bosque dos Eucaliptos e retornar pela Ouro Fino, ficaria evidente a interferência no desempenho do aplicativo. Até os mapinhas finais ficariam bem diferentes. 320 metros é uma variação muito grande em um treino tão curto como este.


Ô loco, meu...
Mais passagens por avenidas de região, Iguape, Perseu e Cassiopéia novamente. E final de atividade em torno da Praça Mário Cesare Porto. O Garmin registraria o giro. O Runtastic não. Ao invés de cumprir seu trabalho a contento, preferiu ficar fazendo propaganda sonora de sua versão paga (R$ 11,99 no Google Play), que parece ter vários recursos a mais em relação à gratuita. Nesta 0800, destaque positivo para a integração automática com as redes sociais. E negativo para o mapa exibido na tela após o treino, pequeno demais, exigindo zoom para uma visualização minimamente decente. Há que se experimentar a integração dele com o Google Earth em um treino futuro. Quem sabe aí me animo um pouco mais, porque a primeira experiência, a exemplo com o que acontecera com o RunKeeper, não foi das melhores.

Será que na versão lite é assim bonitinho?
Achei interessante, embora não tenha testado na prática, as múltiplas modalidades esportivas (tem até um tal de "disco voador"!) que o Runtastic permite configurar. Além da variedade de outros aplicativos desenvolvidos pelo mesmo fabricante: para pedal, flexões de braço, abdominais e até barra fixa (!). Quando for fazer meu teste para entrar para a polícia, baixarei todos... ;-)

Variedade não falta

No site, também em inglês (e aparentemente sem opções de mudança), o Runtastic tem o histórico de atividades, estatísticas e feitio de rede social, permitindo adicionar amigos e saber do que eles andam aprontando por aí. A montagem prévia de rotas, similar à de outros sites do gênero, como o MapMyRun.com, por exemplo, foi uma surpresa interessante.

Disso eu gostei
Com pontos fortes e fracos, como seus concorrentes, o Runtastic não foi lá muito bem no primeiro teste. Mas merecerá outras chances. Explorarei melhor os seus recursos e possibilidades e falarei mais sobre ele, assim como dos demais aplicativos running, por aqui, a seu devido tempo. Conto sempre com a sua visita e leitura, companheiro(a) de esporte.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Treino PL63 - Casal 10...

... Cinco de cada um! O sexagésimo terceiro treino do Projeto Lisboa foi uma provinha em conjunto, a estreia da minha esposa Janete no admirável mundo das corridas. Joguei meu ritmo médio para nove minutos por quilômetro (!) para acompanhá-la em cada passo desses inesquecíveis cinco mil metros (e uns quebrados). Mas vivi uma manhã magnífica, daquelas que só o esporte pode proporcionar.

Veja em:
http://www.fabionamiuti.com/corrida/melao2013.htm






sábado, 24 de agosto de 2013

Treino PL62 - O(s) guarda-costas

Dizem por aí que corrida é esporte solitário. Eu discordo. Individual sim, exceto nos revezamentos; na pista, fio, é cada um por si e um contra todos. Mas, ao contrário de muitas outras modalidades, não precisa haver um perdedor para que outro vença. Cada um no grid de largada tem o seu objetivo; e atingi-lo tem significado de vitória pessoal. Podemos torcer — e torcemos — uns pelos outros. Assim, sem rivalidades, ou mesmo com elas, mas não exacerbadas ao extremo, o individual vira coletivo. E solidário.


Só sei que é assim...
Em treinos, então, isso se destaca ainda mais. Correr sozinho, no seu próprio ritmo, é bom e necessário, não dá para fugir disso. Mas prazerosos mesmo são os treinos conjuntos. Com mais um, dois ou dezenas de amigos, os coletivos são o que de melhor há nesse mundo corrido. Ainda que estar neles signifique sair totalmente da sua rotina (e velocidade). Ninguém é obrigado a tirar o pé ou puxar o freio de mão para não deixar os colegas para trás, cada um corre como bem entender nas brincadeiras que fazemos, nas noites de quarta-feira ou, eventualmente, aos finais de semana também. Mas, quem não se permite de vez em quando reduzir a marcha, não tem ideia do bem que faz a um companheiro de esporte. Ter a chance de ajudar alguém é sempre muito gratificante.


Um dia ainda quero ter a experiência
Quando meu amigo Jorge Monteiro contou em seu blog (http://corrersemprecorrer.blogspot.com.br) que tinha marcado para o sábado o seu primeiro treino de 30 km, etapa importante de sua preparação para a estreia em maratonas, prevista para outubro em Buenos Aires, não pensei duas vezes. E me ofereci na mesma hora como pacer voluntário. Corredor experiente, com várias meias maratonas no currículo, ele vem treinando firme e solo para os primeiros 42k. Mas companhia, num longão interminável desses, a gente sabe o quanto é bem-vinda. Convoquei também para a missão a valente dupla de Antônios (Toninho & Tonico) e, pouco depois das sete, partimos para o desafio. Nanci, que esteve conosco no Treinão da Fé em julho, também apareceria para uma participação especial.




Designado para a tarefa de montar o percurso, tentei não inventar muito, manter caminhos bem conhecidos de outros treinos e provas. E aproveitar o começo da manhã, ainda com temperatura amena, para concentrar todas as eventuais dificuldades na primeira parte. Seguimos do Colinas em direção ao Esplanada do Sol, um apêndice que gosto de colocar nos trajetos para esticar a pernada (três quilômetros em ida e volta) e acrescentar um bocadinho de terra em plena área urbana.


Terra de contrastes
Depois do passeio rural e da primeira subida, da ponte seca que liga a região do condomínio ao restante da cidade, seguiríamos para a zona central pelas avenidas Anchieta e Borba Gato. Aclive suave, mas permanente, com vista privilegiada para o Banhado, nosso cartão postal joseense e palco também de nossos treinos, uma vez por ano. Tão bonito que (quase) faz esquecer o perrengue da "escalada".

Patrimônio
Dali, um estirão para a zona norte e seu novo caminho, a Avenida Prefeito José Marcondes Pereira, que todos chamam de Via Norte. Nova darling dos nossos organizadores de corridas locais, arena de muitas provas recentes por aqui. Chegar lá é bom; estar lá, em sua longa (2 km) pista de caminhada com ciclovia paralela, idem. Duro é voltar. Ô morrinho matador! Mil e seiscentos metros rampa acima, de castigar.


Quando tem mais gente pra dividir o sofrimento, até que é bom...
No começo, tudo estava lindo. Com perfeitas temperaturas sub-20ºC e paces altos para os meus padrões, bem acima dos seis ou até dos sete minutos por quilômetro, o coração batia em compasso confortável. O monitoramento em tempo real mostrava 110, no máximo 120 BPM. Contudo, já na volta ao centro da cidade, o panorama começaria a mudar. As nuvens se dissipariam, jogando o termômetro lá para o alto e a sensação de passeio no parque logo daria lugar à outra, de esforço bem maior.


Puf, puf, puf...
Tonico e Nanci, que haviam disparado à  frente no comecinho, haviam sido alcançados na chegada ao Rio Paraíba e sumiriam na volta. Seguíamos em trio, o mesmo de vários outros treinos pregressos, desde a época em que o Jorge não conseguia correr e falar ao mesmo tempo (o cara evoluiu MUITO!). O conversê estava animado e até um "lanchinho" já tinha rolado, com barrinhas de cereal levadas pelo Toninho. Mas, com quase 19 km rodados e apenas a volta do Urbanova por fazer, algo meio estranho aconteceria...


Hein?
Não, não me senti mal. Só bateu um cansaço meio repentino. Explicável talvez pelas noites de pouco sono durante a complicada semana que passei, com problemas de saúde na família. Só por curiosidade, fui dar uma nova espiada na telinha do frequencímetro. E me assustei com o valor que ele mostrou. Cento e cinquenta e poucos batimentos por minuto não é nada demais; pelo menos não para quem está correndo em um ritmo costumeiro. Mas um exagero para alguém muito abaixo de sua velocidade de cruzeiro. Cauteloso, parei na mesma hora. Os amigos voltaram para perguntar se tudo estava bem. Respondi que sim e mandei que continuassem sem mim. Sentei na muretinha e esperei a pulsação voltar ao normal. Em poucos segundos, já estava na casa dos oitenta. Tudo certo comigo... A-e-i, vão ter que me engolir!


Não treino sem eles
Poderia até dar um pique e alcançar a dupla. Mas preferi pegar o caminho de volta, observando atentamente o comportamento da velha bomba que habita o peito. Correndo um pouco mais forte do que estava até então, na casa dos 6'/km baixos, vi que o número não passou dos 140 BPM. Tranquilizei-me de vez. Com a garrafinha vazia, entretanto, desanimei de continuar o trote. Tinha pouco mais de 20 km rodados e me dei, momentaneamente, por satisfeito. Fui até o hipermercado, próximo do ponto de largada e reabasteci com água geladinha do bebedouro. Renasci.


Insípida, inodora, incolor... E insubstituível!

Até sentei no ponto de ônibus na lateral do shopping e fiquei esperando a chegada dos amigos. Mas fiz as contas e constatei que eles ainda deveriam demorar bastante. Apesar do calor, com temperaturas já próximas dos 30ºC e uma umidade relativa do ar claramente baixa, decidi voltar a campo para um terceiro tempo. Fiz bem. Não só aumentaria minha rodagem própria para 26 km, mas sobretudo participaria do "resgate" ao estreante nas longas distâncias. Presenciar in loco a sua alegria ao vencer mais esse desafio, quebrando seu recorde pessoal de rodagem e se credenciando de vez para a marvada portenha foi uma grata vivência. Ele disse que não teria conseguido sem a gente. Não o tornamos capaz, só ajudamos a provar que era. Você está no caminho certo, amigo!


É guerreiro. E vai brilhar
O lanche pós-treino foi saboroso. O papo também. E ainda recebi por telefone a notícia de que meu sogro havia tido alta hospitalar, menos de uma semana depois de sua cirurgia cardíaca. Apesar do pequeno susto (ou excesso de zelo, para quem preferir) comigo mesmo, uma bela manhã de sábado. Domingo tem mais emoções.

Acabou mudando um pouco na prática, mas foi mais ou menos isso aí

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Treinos PL60 e PL61 - Dias de luta

Se você tem saúde, valorize-a, cuidando dela o melhor que puder. Não há nada mais importante que isso. Sua ausência, ainda que momentânea, afeta não só a você, mas a todos em sua volta.

O que de mais precioso há
Todos passam por isso, é o natural ciclo da vida. Primeiro, você é o cuidado; para mais tarde, ser o cuidador. Ou, pelo menos, um dos. 2013 tem sido um ano particularmente complicado neste aspecto. Andamos tomando uns sustos com os entes queridos. E, desde o início de maio, estávamos empenhados em conseguir, sem um plano de assistência médica que desse respaldo, uma cirurgia cardíaca para o pai da minha esposa. Neste meio tempo, algumas vezes fui acordado de madrugada para levá-lo às pressas para a ER.

Na boa? Não gosto nem na TV...
Não, não seria justo dizer que minha vida parou (a da minha esposa sim, teve de abandonar trabalho, inclusive; chegou a começar um curso, mas não teve tempo e nem cabeça para continuar) por causa do sogrão. Não vou, é claro, poder culpá-lo se terminar a prova em Lisboa acima das cinco horas ou se quebrar no meio do caminho. Tenho procurado tocar a vida e os treinos esportivos dentro de uma mínima normalidade; alguém precisa fazê-lo. Mas, se treinar para uma maratona quando está tudo certinho, como num comercial de margarina, já não é fácil, imaginem em meio ao caos.

Nem parece que tem gordura trans...
Destaco a garra e a vontade de lutar desta guerreira chamada Janete, com quem me casei há quatorze anos. Em um cenário de saúde pública que é uma verdadeira tragédia nacional, só mesmo sua persistência vem garantindo o êxito desta batalha. Quando se assistem entrevistas, no noticiário local, de gente que diz estar esperando há um ano ou mais por uma simples consulta ou exame, é que se compreende o valor do que ela conseguiu por seu pai em pouco mais de três meses. Sim, ele foi operado no começo desta semana, para a troca da válvula aórtica. A terceira vez que passa por isso desde o ano 2000. É um sobrevivente. Deixou a UTI nesta quarta-feira e se recupera bem no hospital, que virou nossa "segunda casa" de uns dias para cá. A luta é árdua, mas vale a pena. Graças ao Bom Cara, aos médicos competentes e à essa moça batalhadora que correu atrás disso tudo, as coisas estão se encaminhando.

explicado o porquê do sumiço dela nas corridas?
Pretendemos, se tudo der certo, celebrar o sucesso dessa empreitada "correndo" juntos no domingo, em Eugênio de Melo. Fiz a inscrição dela para os 5 km. Ela não está treinando e seria irresponsável de minha parte querer que saísse feito doida atrás da multidão. Vamos caminhar juntos no percurso, dar um trotezinho só para brincar. Ser os últimos colocados, chegar depois até da maior parte da turma que vai correr os 10 km. E daí? Não é uma corrida, mas uma simbologia. Reforçar ainda mais a nossa união. Juntos, somos fortes e temos enfrentado e vencido todo tipo de problema. Homenageá-la e agradecer por ser a pessoa que é.

Mais duros na queda que o velho jequitibá
Treinos durante a semana, suposto assunto desta postagem? Fiz dois, por enquanto. Segunda, dia da cirurgia, não deu. Fui para a academia na terça e corri vinte minutinhos (ou 3,7 km) como parte do treinamento em circuito. E ontem à noite reunimos a galera no Centro da Juventude, sob uma belíssima lua cheia, para um rolezinho pela zona sul, 12,3 km e duas subidas porretas. Valeu, rapaziada, pela companhia.




Fácil não está sendo, nem nunca é. Mas Lisboa há de ser para brindar à sua saúde e à sua alegria de viver, seu Caciano. Você vai brincar muito ainda com esses seus netinhos.