segunda-feira, 6 de maio de 2013

Treino PL2 - Roller Coaster

Mea maxima culpa, eu confesso... "Toupeirice" minha ficar querendo encarar percursos encardidos nessa gradual volta aos treinos. O certo mesmo, talvez, seria estar fazendo treinos planos, de uns quarenta minutinhos, para dar alívio à uma carcaça ainda em recuperação dos cinquentinha na pista. Mas me conheço bem. E sei o estrago que isso faz. No segundo semestre de 2012, deixei o minimalismo quilométrico tomar conta... E mal consegui correr a meia em Guará e a Volta da Pampulha! Invejo quem corre naturalmente, tem o dom. Pode parar à vontade, que não perde nada. Para mim, é trabalho duro. E contínuo.

Tipo isso
O medo de perder o condicionamento duramente conquistado e de ver a preguiça aparecer, sorrateira, querendo dominar a área, talvez tenha me induzido, semiconscientemente, a recomeçar fazendo treinos puxados, que provavelmente deveriam ser deixados mais para adiante. Risco calculado. Uma certa dose de ousadia é necessária, ou ficaríamos sempre no mesmo lugar, a tal zona de conforto. Ao mesmo tempo, sou também dotado de um forte instinto de autopreservação, que vem ajudando a me manter em atividade contínua há quase dez anos, sem lesões mais sérias decorrentes da corrida. Há que se saber ouvir as vozes que vêm de ambos os lados. E tomar as próprias decisões.

Falam MUITO!
Assim como o primeiro, o segundo treino do novo ciclo também foi coletivo... Pelo menos um pouquinho! Como a Maratona de Lisboa está marcada exatamente para o mesmo dia de outubro que a de São Paulo, na qual alguns companheiros de treinos vão estar presentes, as agendas certamente serão ainda mais sincronizadas. Estaremos em continentes diferentes, mas ao mesmo tempo na pista, cada qual em busca de seus objetivos, sejam eles a estreia, a conclusão de mais uma ou um recorde pessoal. E vamos nos preparar juntos. Edson, Aldo, Toninho, Tonico, Silvio, Luis Carlos, Michel... Serão nomes ainda mais frequentes por aqui. Os dois primeiros da lista me fariam companhia neste domingo. Em um horário muito esquisito, aliás: dez da manhã. Pior. Sob um solzão daqueles, bem parecido com o de Praia Grande, no final de semana anterior.

Eta povo doido!
Bem que eu poderia jogar a turma para o lado esquerdo da Avenida Mario Covas e seguir às margens do córrego Vidoca, num longo, plano e tranquilo trecho rumo aos bairros Jardim das Colinas, Serimbura e Urbanova. Mas dei uma de louco e resolvi convidá-los para um passeio pelo extremo oposto. Uma montanha-russa de não fazer feio diante das de nenhum parque temático. Eu até preferia girar no outro sentido, começando pela Cidade Jardim sentido Bosque dos Eucaliptos. Mas são os convidados quem mandam. Tome então subir a megarrampa até onde a avenida encontra a Rodovia dos Tamoios. Dois mil e quinhentos metros de pura emoção.

Ô, diliça!
A chamada Volta do Interlagos é um percurso clássico, que já fiz diversas vezes. Desde a preparação para a primeira São Silvestre (até por ter a mesma distância que ela) em 2005; e para muitas outras corridas que vieram depois. A maioria das vezes sozinho, mas algumas também com amigos-vítimas. Sempre porém em horários mais camaradas, bem mais cedo ou no final da tarde. Nesse, foi complicado desde o comecinho. Não bastasse a altimetria matadora, a temperatura alta, combinada com a baixa umidade, completavam a trinca da maldade. Ô, escolha!

No caminho certo
Mesmo que a veloz dupla estivesse nitidamente de freio de mão puxado, eu já sentia dificuldade para acompanhá-los desde o início da estreita Estrada Bezerra de Menezes, ligação da rodovia com o bairro Parque Interlagos. Só não perdi totalmente contato por conta da forte descida. O velho caminhão de areia sem freios sempre manda bem morro abaixo...

Aqui eu sou o rei...
Até a chegada ao bairro, metade do caminho, apesar da chapa quente, vinha sendo um treino relativamente tranquilo, em ritmo ligeiramente abaixo do normal. A partir dali, no entanto, não daria mais para disfarçar a diferença de pique. Entre mim e os companheiros havia um abismo maior que os que separam o Interlagos do vizinho Parque Dom Pedro. Eles tiveram muita boa vontade, esperaram, voltaram para resgatar e tudo mais. Mas eu estava bem mais a fim de andar do que correr. E assim percorri boa parte das subidas fortíssimas dali. No plural. Três delas, uma pior que a outra.



Porrada! Porrada! Porrada!!!
Na saída da estradinha, completando 10 km já acima de uma hora, voltaria a trotar morro abaixo. E, com o Edson de fiel escudeiro, subiria a Cidade Jardim a passos lentos, mas sem caminhar. Mas o sol estava muito forte, daqueles de deixar meio desorientado, até... Quando cheguei à Quinta das Flores, aproveitei a sombrinha e pedi para parar um pouco. Mantive o cronômetro ligado e completei esse décimo quarto quilômetro em mais de onze minutos e meio (!), distorcendo totalmente a cadência média do treino. Desafios? Sim, mas com prudência, sempre. Correr até passar mal, para mim, não está com nada...

Sei que remo contra a maré, mas não acho isso a coisa mais linda...
Refeito, convidei o amigo a retomar o trote no derradeiro quilômetro. Fizemos os mil metros em pouco menos de seis minutos. E os duzentos de bônus em pace de 5'20'', mostrando estarmos inteiros (mais ele do que eu) ainda. Pedi desculpas aos camaradas pelo excesso de zelo. E acho que o "kit pós-treino" caprichado que ofereci, com água (quase congelada), frutas e barrinha de cereal, de alguma forma, acabou compensando. Vamos ver se a turma não vai fingir que não viu o convite no Facebook para os próximos treinos...

Passeio dos bons
Estou devagar, estou voltando aos pouquinhos... Mas vou melhorar. E logo retomar a pegada, com disposição e equilíbrio. Me aguardem! Pra semana, tem mais.

Link no Garmin Connect:
http://connect.garmin.com/activity/308099177

Resumo do treino:




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