sexta-feira, 5 de abril de 2013

Treino 55 - Naquela estação

Haja criatividade para ser "projetista de treinos coletivos". Gosto mesmo é de quando aparecem colaboradores para essa tarefa, sugerindo percursos que só eles conhecem. Quando não, sobra para mim a missão. E eu a aceito de bom grado. Tome procurar no mapa da cidade lugares e caminhos por onde ainda não passamos. Ou até já, mas pouco.

Sempre em busca de novos caminhos
O desafio maior é o logístico. O local de concentração deve ter um mínimo de estrutura para nos receber. Água potável e banheiros, entre outros, são desejáveis. Estacionamento seguro é importante. Eu tenho carro velho, mas nem todos são desencanados assim com os seus possantes. Isso restringe bastante as escolhas, mas nos deixa a todos mais tranquilos para fazermos o que interessa: correr.

O meu eu deixo em qualquer lugar
Um dos poucos lugares dentro destas condições que não havia ainda sido explorado por nós era o que se costuma usar para sair da cidade. O Terminal Rodoviário Frederico Ozanam, quase ninguém conhece. Se quiser perguntar, chame de rodoviária nova (em oposição à velha, dos ônibus circulares urbanos, no centro da cidade) e aí todo mundo vai saber dizer onde é. Se bem que ela era nova quando eu era criança. E eu não sou mais novo, então...

Depois da reforma, até que ficou com cara de nova de novo
As duas tempestades que caíram durante o dia (uma delas, inclusive, derrubando muitas árvores, uma em cima de um carro em frente à minha academia) certamente afugentaram alguns dos interessados em participar. O trânsito, que já não é um primor, virou um caos. Chegar ao Jardim Paulista não foi nada fácil, mas o meu atraso até que foi pequeno. Por lá, só esperavam Sílvio Lima e outro visitante ilustre, o Gustavo, jovem talento das pistas de Paraisópolis/MG. Aos poucos, foi chegando o resto da turma. Pouco numerosa, mas animada, como sempre.

Caras corajosos
Descrito o caminho, complexo na ida, simprão de tudo na volta; e aguardado o prazo protocolar, enfim largamos, instantes depois das sete e meia da noite. Pequeno, o grupo não se esparsou muito. Cruzamos a rua que entra e depois a que sai do bairro rumo ao centro e chegamos à avenida principal do vizinho Monte Castelo, ainda todos praticamente juntos, batendo o maior papo. Também, era descida... Numa paralela daquelas, décadas atrás, uma vez eu voei de bike, depois de trombar com a porta de um carro que atravessava. E sobrevivi (jura?).

Todo santo ajuda
Mas, rapidinho, acabou-se o que era doce. Finda a descida, começava o célebre morro da Serveng. E pior que eu nem podia reclamar, já que era quem havia desenhado o mapa. Subitamente, o grupo ganharia ali um oitavo integrante, que não estava sabendo do "evento". Reconheci de pronto aquela carequinha ladeira abaixo. Chamei, só de brincadeira. E não é que ele veio? Bonito gesto. Corrida é esporte individual, mas, às vezes, o coletivo triunfa. Valeu, Aldo! Valeu muito.

Grande corredor. Grande amigo. Grande pessoa.

Toninho, que até diminui, mas não para nunca, acabou ficando um pouco para trás na subida-monstro. Depois de passarmos por ela e pela praticamente plana Vila Industrial, a descida do Jardim Ismênia até que foi uma boa recompensa. Mas de que adiantou? Os bairros seguintes, Valparaíba de um lado, Vila Tesouro do outro, são uma verdadeira montanha-russa. Recomenda-se o uso de equipamento para alpinismo.



Chegaríamos ao extremo leste da aventura da noite, a avenida que não poderia ter outro nome que não dos Cegonheiros. Só se vê por lá esse tipo de caminhão, prestando serviços à vizinha fábrica de automóveis, sabe-se lá até quando. Pirambeira abaixo das boas. Da última vez em que estivéramos lá, quando Edson ainda era calouro nosso, retornamos na rotatória. Desta, seguimos adiante. Passamos pela providencial calçadinha da marginal da Dutra. E subimos de volta para a Vila Industrial pelo pior caminho possível. A rampa da Avenida JK. Que paulada (mais uma)!





E ainda não era o bastante. Deixamos o bairro descendo outro famoso morro, o do Regaço. Mas voltamos ao Monte Castelo seguindo a trilha da mesma avenida presidencial, com direito a mais uma subida interminável. Ninguém falou nada. Mas duvido que não pensou. Orelhas queimando... 


Só paredão
Mas, ufa, enfim as ladeiras acabaram. Comemoramos dando uma esticada pela Avenida Santos Dumont e um giro em torno do terminal rodoviário. Gustavo e Edson já estavam lá há alguns minutos. Vinicius, Aldo e eu chegamos juntos. Tonico, que estava conosco até o último morro, cansou no plano e completou logo em seguida. Sílvio e Toninho fecharam o pelotão. Importante mesmo era todo mundo chegar inteiro e satisfeito pela conclusão de mais um desafio dos bons.

Como diria nosso impagável filósofo Edson, "treze quilômetros muito bem trezados". Vale para qualquer outro número. Domingo tem mais.


Link no Garmin Connect (do Sílvio, o meu começou a funcionar depois):
http://connect.garmin.com/activity/293354014

4 comentários:

  1. Tenho lamentado MUITO não poder ter ido a esses treinos, mas em contrapartida sei também que ainda estou muito aquém de vcs (o que tem me irritado um pouco), e ando meio temerosa em ficar prá trás. Quando leio esses relatos me dá uma "invejinha". Enfim, quem sabe a "acadimia", me faça mais forte eu eu possa correr junto com vcs sem atrapalhar e mais tranquila. Mas, domingão tô na fita!!!

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    1. Nós também temos lamentado MUITO. Você faz falta. E eu compreendo os seus motivos, todos eles. Mas permita-se (e -nos) uma exceção de vez em quando. Estará sempre entre amigos e será sempre bem-vinda.

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  2. Fábio, você deve ser o "paizão" dos amigos.
    Deve ser muito trabalhoso mas legal montar esses roteiros e já antes imaginar as sensações do percurso.
    Grande abraço e tenha um escelente final de semana!

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    1. Digamos que eu seja mais um a cuidar dessa grande família, Luiz. Cada um faz um pouquinho, o que sabe melhor; e isso vira muito.

      Abração, bons treinos e ótimo final de semana.



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