terça-feira, 30 de abril de 2013

Descansar quanto?

Depois da alegria da conquista (não viu? Leia AQUI) e da merecida comemoração por ela, vem a ressaca... Batem o cansaço e as dores musculares, a imunidade baixa, aparece aquela gripezinha...

Atchim!
Tenho invejinha branca de caras doidos como o Marco, que correu os 100 km sábado na pista e disse que ia fazer a Meia Maratona de Santo André como "regenerativo" no domingo... Ou do Jorge Cerqueira, que corre uma prova, de qualquer distância que for (e em ritmo fortíssimo), e ainda faz um treino longo logo em seguida. Sou cascudo. Mas não cheguei a esse nível ainda. E acho que nem vou chegar...

Casca grossa sim, mas peraê...
Há também o extremo oposto. É difícil, quase impossível, que alguém faça isso na prática, mas eu me lembro de ter lido até ser recomendado um dia de descanso para cada quilômetro rodado em uma competição. Caras, se eu ficar cinquenta e poucos dias parado, engordo uns trocentos quilos e viro ex-corredor...

Eu acho que foram umas seis Madonnas...
Nem tanto uma coisa, nem tanto outra, tento equilibrar os pratos dessa balança com bom senso. Para mim, a hora de voltar aos treinos é a hora certa. É quando a musculatura já se recuperou das dores e a vontade de correr voltou. Não aquela vontade quase patológica que vejo alguns demonstrarem nas redes sociais, fazendo birrinha ou postando imagens depressivas quando tiram um dia de folga. Mas quando o corpo volta a pedir, com naturalidade, o retorno à rotina e à atividade. A individualidade é fator decisivo, isso pode acontecer em um dia ou em vários, dependendo de quem você seja ou do momento que esteja vivendo. Mais que um número mágico, creio que valha o feeling.

"Quando eu não corro, eu fico assim, ó..."
Tenho mil projetos esportivos (sem isso, fica difícil voltar). E falarei mais sobre eles nos próximos dias. O blog continuará no ar, para alegria de uns e tristeza de outros (sorry!), tratando sobre a minha preparação e treinos para as próximas provas-alvo. Mas, antes de mais nada, preciso recuperar totalmente a minha carcaça velha e curar esse resfriado chato que apareceu desde domingo. Não vou treinar com os amigos no feriado do trabalhador de amanhã, como planejava. Se der tudo certo, volto à academia na quinta-feira à noite, para uma série de exercícios somente de musculatura superior (batendo apenas da linha da cintura para cima). E darei corridinhas leves, sem distância predefinida, na sexta e no domingo. Descanso merecido.

Todo mundo precisa apertar de vez em quando

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Missão cumprida!

Deu tudo certo.

Pode não ter sido o tempo dos sonhos, ainda mais se considerado o resultado oficial, incluindo as pausas.

Pode não ter rolado pódio, troféu e nem muita badalação.

Pode não ter sido o dia perfeito. Se tivesse feito o friozinho da manhã de sexta-feira, ah, quanta diferença... Mas na vida (e na corrida), a gente sabe, não existe "se".

Pode até não ter sido nada demais, só uma corrida um pouco mais longa do que as que eu já fizera antes.

Mas, sim, deu tudo certo. E foi um dia para lá de marcante.

Conto tudo aqui:

http://www.fabionamiuti.com/corrida/3urpg50.htm








quinta-feira, 25 de abril de 2013

Treinos 65 e 66 - Passa a régua

É isso aí. O que está feito, está feito. O que não, farei numa próxima vez, se preciso for. Fecho o ciclo de preparação para o primeiro grande desafio do ano, que nem estava previsto originalmente (adiantei em dois meses a estreia nas ultramaratonas, devido ao adiamento da Virada Esportiva para setembro), com uma bem razoável marca de quase oitocentos quilômetros rodados.

Perfeito não foi, e nunca é, mas essas quase oitenta horas de batalha certamente valeram bastante. Se isso tudo não me deixou totalmente pronto (#medo) para os 50 km na pista que virão em Praia Grande no próximo sábado, foi uma jornada extraordinária por si só. Grandes momentos, excepcionais treinos, solo ou em conjunto. Quase um Caminho de Santiago, que um dia ainda hei de fazer.

Ele está no meu caminho
O último treino dessa planilha foi, na verdade, em dose dupla. Como o seu evento cross-country no Thermas do Vale acabou não virando, o nosso amigo Vander Maciel, o Mineiro, optou por uma mudança de cenário. E me convocou para a nova sessão de fotos no novo teatro de operações. Em plena quarta-feira à tarde (olha eu aí enforcando trabalho de novo!), lá estávamos nós, fazendo pose para as lentes. Essa vida de "menino fantástico" não é mole, não...

Não percam a cabeça, meninas... ;-)
Somando aquecimento e vários tirinhos curtos em alguns dos cenários mais bonitos do Parque da Cidade (depois que o Junior publicar as fotos, eu posto uma aqui), foram uns três quilômetros e meio. Com o GPS ligado, exatos 2,91 km em 14'31''. O primeiro "treino de velocidade" que eu fiz no ano. A planilha portuguesa, com certeza, há de trazer bem mais deles a partir de junho...

Sem lama hoje, felizmente
Foi corrido. Mal deu tempo de chegar em casa, pegar o guri na escola e tomar um lanchinho rápido... Já tive de sair de novo, para a segunda sessão do dia. Coincidentemente ali perto, do outro lado da cidade, zona norte joseense. Não poderia perder. Afinal, além de ter sido eu quem montou o percurso e convidou a galera, o coletivo da quarta era para dar as boas vindas de volta a uma amiga muito querida, que retornava à corrida depois de três meses de gancho.

O nome é Adriana. Mas podem chamá-la de ALEGRIA
Ela fez falta. E que bom que retornou. Que possa dar continuidade à sua vitoriosa trajetória no esporte, corredora talentosa e determinada que é. Sem mais lesões ou tristezas. E como voltou forte, a danadinha... Acompanhou a galera o tempo todo, que não aliviou nadica de nada. Saindo da praça da igreja de Santana, seguimos primeiro em direção ao vizinho Alto da Ponte, só no aquecimento (que friozinho bom, espero que continue!). Depois, a coisa ficaria feia... Quem quase pediu penico fui eu!

Até que apareceu bastante gente... E olha que não tinha jantar dessa vez!
Depois do bate-e-volta no centro comunitário (fiquei com vontade de botar a galera para correr na pista de kart ali embaixo, mas...), voltamos a Santana, subindo pelas avenidas Princesa Isabel e Olivo Gomes. O grupo acabou se separando em blocos. Rafael, Wilson, Wagner e Zebra lá na frente. Eu, Edson, Vinicius e Adriana no miolo. Tonico e Luis Carlos correndo atrás. Muitos gritinhos na noite, até mesmo de pega ladrão. Fora dos lugares mais manjados, gente correndo ainda chama um pouco a atenção. Mas a gente nem liga...

O importante é correr
Subimos e descemos o viaduto e fomos parar na Avenida Sebastião Gualberto. Nela, fui traído pela memória. Achei que havia desenhado o percurso até o trevo onde Vila Guarani, Monte Castelo e o acesso à Vila Industrial e ao Jardim Ismênia se encontram, na pracinha cheia de concessionárias automotivas. Mas não. Era para retornamos já na Fundo do Vale, setecentos metros antes. O trechinho a mais mudaria o mapa e tiraria do trecho final um apêndice para os lados do hospital Pio XII (seria operado?). Esses lapsos devem ser coisa da idade avançada...

Muitas direções
Retornamos pelo mesmo caminho, mas passamos por sob o viaduto ferroviário de onde viéramos e subimos de volta pelo outro logo ao lado, o da Rui Barbosa. Dali em diante, só alegria (e descida). Com exceção da escorregadia calçada do açougue, que estava sendo lavada ao final do expediente. O funcionário alertou que era tombo certo. Não teve jeito. No susto, tive que diminuir, quase parar. Já pensaram, além do mico épico, ainda ficar fora da prova de sábado?

#AíNão
Completada a missão, um pequeno discurso de boas vindas à Adriana e um brinde simbólico, com água mineral mesmo. Para celebrarmos a alegria de estarmos juntos; e termos saúde e muita disposição para fazermos aquilo que tanto amamos.

Tonico e sua câmera Sonho de Valsa
Só posso agradecer à companhia e apoio de todos que estiveram comigo, por um ou muitos quilômetros, nesses quase quatro meses de treinos e preparação. E também aos que não tiveram a oportunidade de correr ao meu lado, mas nunca deixaram de ser Namiuti F.C., de carteirinha. Agora é comigo. Farei o melhor que puder. Muito obrigado!

Link no Garmin Connect:
http://connect.garmin.com/activity/302850904

Resumo do treino:




quarta-feira, 24 de abril de 2013

Treino 64 - Família, ê! Família, ah! Família!

Vejo muita gente dizendo (e se lamentando por) não ter apoio da família na prática de seu esporte. E só posso agradecer por ser um cara tão privilegiado neste aspecto. Tenho em casa dois torcedores fanáticos e que dão aval, incondicionalmente, a todos os meus projetos e decisões.

Namiuti Team
Vida de cônjuge e de filhos de esportista, mais especificamente dos corredores de longa distância, não é mesmo fácil... Muito do tempo livre é sacrificado em treinos. Passeia-se pouco. Viagens, normalmente são para competições e no estilo vapt-vupt, ida num dia, volta no outro, quando não tudo no mesmo. O esporte, muitas vezes colocado em plano prioritário, exige tempo e dedicação. Vira um concorrente de peso para a vida e o convívio familiar. Mas, epa, precisa mesmo ser assim tão radical?

Reunião de família do corredor obsessivo
Penso eu que não. Como em quase tudo na vida, o equilíbrio está no caminho do meio. Uma das melhores decisões que tomei na vida foi agregar minha família ao meu microcosmos esportivo. A equipe que escolhi (e que me escolheu), com qualidades e defeitos como qualquer outra, tem uma característica peculiar. A 100 Juízo - Malucos do Asfalto é composta não só por corredores e corredoras, mas também por suas esposas, maridos, filhos, netos, namoradas(os), familiares em geral. No meu caso específico, até tios. Ali, sob nossa tenda, está reunida uma grande família, a soma de muitas outras. O que seria de nós sem a nossa impagável equipe de apoio?


Time de guerreiros
Eles são os que nos acompanham, às vezes até literalmente, como na nossa "peregrinação" anual a Aparecida ou nossa escalada até o ponto culminante da região. São os que fazem os nossos lanches, que nos dão de beber, que registram em fotografias tantos momentos importantes. Que estão ao nosso lado, dando suporte para que possamos fazer com tranquilidade, segurança e conforto aquilo que gostamos. E o que se percebe, no semblante de cada um, é que fazem isso também porque gostam, por se sentirem úteis, por fazerem parte disso tudo para valer.

Muito além da corrida
Ao tomar a decisão de reunir minha família propriamente dita à do esporte, passei a fazer de parte do tempo dedicado a ele também uma convivência. Posso correr e estar ao mesmo tempo com minha esposa e com meu filho. Não os pressiono a nada, deixo a livre arbítrio deles estarem ou não presentes. Mas incentivo. E crio um ambiente propício para que escolham estar. Meu filho nasceu e está crescendo nesse meio mais que saudável. Isso tem tudo para fazer parte da vida dele também.

Na torcida ou na pista, sempre comigo
E foi em nome da família (e do polimento, a apenas quatro dias da grande prova do semestre) que o treino desta terça-feira foi apenas uma sessão de esteira com meia horinha de duração, 5,1 km rodados e ritmo médio (e bem tranquilo) de 5'55''/km. Comemoramos, nesse dia, eu e Janete, os nossos quatorze anos de casamento. E fomos, merecidamente, celebrar, numa pizzaria aqui perto de casa mesmo. Comi, claro, bem mais do que deveria em uma semana tão importante. Vou chegar mais pesado para rodar na pista de Praia Grande no sábado. Mas também mais feliz. 

Está chegando o grande dia...

Só não precisa de tanta luz

terça-feira, 23 de abril de 2013

A semana mais longa de todas

Já escrevi uma vez, brincando e me referindo a uma pré-maratonal, que todas as semanas são iguais, com sete dias, cento e sessenta e oito horas, dez mil e oitenta minutos, seiscentos e quatro mil e oitocentos segundos... Mas que essa, a que antecede uma prova (muito) importante, meta desses últimos quatro meses de preparação, é a única em que a gente faz contagem regressiva deles. Seiscentos e quatro mil e setecentos e noventa e nove, noventa e oito, noventa e sete...

Que não seja uma bomba-relógio
A ansiedade, que uns sabem disfarçar melhor (dizer que ela não existe é mentira deslavada), outros nem tanto, é inevitável. Deixar que ela prejudique a sua reta final de preparação é opcional. Existem duas ansiedades bem distintas. A boa te deixa ligado, alerta, focado no objetivo, mas também cauteloso o bastante para evitar as tentações que podem botar tudo a perder. A má ansiedade é a que atormenta, tira o sono (repouso é fundamental!) e a confiança. "Será que eu treinei o suficiente?" é uma pergunta que todo mundo, de uma maneira ou de outra, se faz às vésperas de uma competição-chave. Se não treinou, parceiro(a), não vai ser agora que vai adiantar treinar.

Como aparece desse bichinho sabotador nessa semana!
Não sou psicólogo e nem quero posar como um. Mas já passei por muitas semanas como essa ao longo da minha nem tão breve carreira esportiva. Já fui aquele novato que passava noites em claro às vésperas da corrida e chegava ao dia D com os olhos parecendo cheios de areia e o traseiro arrastando pelo chão. Já fiquei me questionando se era capaz de terminar ou se pagaria o mico de ser o último a fazê-lo, como se isso fosse algum tipo de vexame (que nada, eles são os mais aplaudidos!). Já quis fazer aquele último treininho fora de hora, só pra garantir. Já tentei fórmulas mirabolantes de alimentação, hidratação e até de tentar dormir a cada dia uma hora mais cedo. Tudo muito bonito na teoria. Tudo muito inútil na prática. Placebos, não mais que isso.

Do laboratório Sincerão
Fácil não é. Mas tenho aprendido, com o tempo e a experiência, que o ideal é tentar levar a semana S da maneira mais normal possível. Continuar se alimentando (bem, na medida do possível) como sempre, no máximo, com um reforcinho nos carboidratos (tem gente que vai discordar, mas, enfim, para mim funciona) nos últimos dias. Nada de encher o nariz de macarrão e nem de rodízio de pizza na noite anterior (se for, o que até é merecido, pelo menos não enfie o pé na jaca até o fundo). Ingerir líquidos e se manter naturalmente bem hidratado, o que é bom em qualquer semana e não só nessa. Descansar normalmente, dormir o quanto se está acostumado e não tratar o sono como se fosse uma obrigação. Pressionado, ninguém repousa com qualidade.

Não pense, durma
Meus melhores desempenhos, de um modo geral, foram obtidos quando estava totalmente desencanado, sem compromissos formais (ou não) com resultados, sem metas específicas de tempo. Sem scripts, porque a vida não os têm. E nem a corrida. Recapitulando minha história como corredor e reabrindo minhas velhas planilhas eletrônicas, certamente vou encontrar semanas pré-prova em que nem deixei de treinar totalmente e nem tentei recuperar o tempo perdido de uma só vez. Não vai estar anotado lá, mas provavelmente aquele dia de folga, inesperado ou não, foi preenchido por uma pequena recompensa: uma sessão de cinema ou teatro, um jantar fora. Ou simplesmente uma noite de vagabundagem debaixo do edredon e vendo porcarias na TV (quase só tem isso). Nunca devemos nos esquecer do quanto nos dedicamos e fizemos por merecer.

Do contrário, nada faz sentido
A semana vai ser longa, mas, como todas as outras, vai passar. Que eu saiba levá-la com tranquilidade e sabedoria. E fazer dela mais um trampolim em busca do meu grande objetivo no sábado.

Estarei lá. E também vou comemorar MUITO



segunda-feira, 22 de abril de 2013

Treino 63 - Salve, simpatia

Mudança de ares é bom e eu gosto. E, pelo jeito, não só eu. Não é todo dia que a gente consegue juntar uma turma assim numerosa para um treininho matinal de domingo. Tem muito corredor novidadeiro por aí... Que legal!

Alô, Sadia! Manda uns frios aí...
A novidade da vez era municipal. Caçapava, a cidade simpatia, está logo ali do lado, a uns vinte quilômetros daqui apenas. Mas temos corrido muito pouco por lá. Principalmente depois que fizeram o favor de suspenderem as duas (boas) provas que aconteciam nela, a do aniversário da cidade, agora em abril; e a Duque de Caxias, organizada pelo exército, em agosto ou setembro. Boas lembranças daquelas largadas na Praça da Bandeira ao som do canhão. Só via neguim se jogando no chão...

Buuuuuuuuuummmmm!!!!
Treino, digo sempre, não se organiza, só se convida os amigos para. Mas tem gente que leva bem a sério a missão. Palmas para o Raphael e a Renata, que fazem parte da malucada do asfalto há pouco tempo, mas vestiram mesmo a camisa. Sair na véspera demarcando o caminho, com setas e números de quilômetros pintados nos postes, é um belo exemplo de boa vontade e consideração para com os colegas de esporte. Obrigado!

Casal nota 1000
Como num daqueles primeiros treinos do ano, o local escolhido para a concentração foi o estacionamento de um supermercado. Facilitando a tarefa da arrecadação e compra dos comes e bebes pós-treino. Às sete e meia já estávamos lá. Aos poucos, a galera foi chegando, chegando... Pouco depois das oito largamos, após uma breve palestra da Paula sobre as duas opções de percursos, a Volta da Mata original, com 14 km; e o caminho completo, com dezenove. Eu estava convencido a fazer o primeiro. Mas não muito.

Só começando
A turma foi logo se dispersando. Edson não quis nem saber, foi se juntar à tropa de elite. Aldo, meio resfriado, até começou conosco, mas disparou na primeira subida. Ficamos lá atrás eu, Tonico e Sílvio (encerrando suas férias e fazendo o último treino da temporada com a gente; até a volta, companheiro!), com eventuais participações do anfitrião Raphael e do montanhista taubateano Giba. O cenário urbano e o asfalto logo dariam adeus. Poucos passos além, já estávamos levantando poeira por aí. Belíssimas e bucólicas paisagens nos aguardavam.

Caminho da roça
Não tive muito tempo para pensar. Com apenas cinco quilômetros de treino, já veio o viaduto da Rodovia Carvalho Pinto e a diáspora. Se eu fosse mesmo pelo caminho mais curto, deveria pegar a direita e me separar dos companheiros, na pegada e no pique para a distância total. Temendo estar forçando a barra e colocando em risco minha participação nos 50 km, a menos de uma semana deles, quase fui. Mas acabei optando pelo lado esquerdo. Decidido, contudo, a fazer um treino em ritmo quelônio, poupando ao máximo os meus já escassos recursos.

Tartaruga assumida
E essa economia acabaria significando até correr sozinho. Lá pelo km 8 ou 9, numa subida um pouco mais forte, apelei para a caminhada e vi os amigos sumirem no horizonte. Reduzi ainda mais a batida, que já era leve. Faria uma segunda metade de percurso aliviando nas rampas acima e tirando o atraso nas abaixo e (poucos) trechos planos. Ao chegar ao famoso Bar do Jonas, ponto estratégico onde já havíamos feito escala na nossa única passagem por ali, no treino promovido pelo Moacir em 2010, aproveitei para recarregar a garrafinha d'água e dar uma espiada em como estava o GP do Bahrain de F1.

Parada nos boxes
Dali em diante, alternando trechos em terra, asfalto e tentativas disso, foi paulada atrás de paulada. Chegou a lembrar até os 31 km do Desafio Ecológico de Pinda, literalmente com uma serra no meio do caminho. Mas enfrentei com tranquilidade, sem nenhuma pretensão de heroísmo. Correndo onde dava, andando onde precisava. Não sou leão de treino. Preciso mostrar as garras é no próximo sábado, quando a encrenca é das boas... E valendo distintivo novo!

Tudo na sua hora certa
Fazendo quilômetros perto dos 5'30''/km, como o dezessete, mas também outros perto dos 8 x 1, como o dezoito, segui curtindo o passeio e os lindos cenários, de quebra-cabeças de três mil peças. Até lamentei quando avistei de novo a Dutra, sabendo que a brincadeira estava para acabar. Galguei a última ladeira e, ouvindo o décimo nono e derradeiro bipe do relógio, segundos antes das duas horas, encerrei minha participação e já fui direto para o carro, estacionado atrás do super, para trocar de farda.

A volta dos 100 Juízo
Alguns dos que correram forte e/ou fizeram a distância menor já haviam até ido embora, outros tinham compromissos e não puderam ficar. Mas fizemos nossa vaquinha do mesmo jeito. O lanche, no posto de combustível abandonado logo ali, foi bem caprichado. Teve sanduíche, suco, banana e até goiaba (quase verde assim eu não gosto, mas levei uma para a patroa).




Cheguei inteiro, apesar da extravagância. E já fui logo pedindo dispensa para o Aldo do treino nominal previsto para a segunda-feira e transferido para maio. Pretendo fechar a última semana da preparação com meia horinha de esteira, uma sessão leve de musculação e um único treino um pouco mais decente, na quarta-feira à noite, para zerar o estoque de glicogênio e começar em seguida o carboloading. Tudo levado na ponta dos dedos. Se vou me dar bem ou não na pista no sábado que vem, é outra história. Mas que vou tentar fazer tudo certinho para isso, podem ter certeza de que vou.

Link no Garmin Connect:
http://connect.garmin.com/activity/301046892

Resumo do treino:



domingo, 21 de abril de 2013

Mas corra...

Corra cem metros ou corra cem quilômetros, mas corra.

Corra por um dia ou corra toda a vida, mas corra.

Corra por um recorde ou corra só para terminar, mas corra.

Corra para comemorar ou corra para esquecer, mas corra.

Corra por uma causa nobre ou corra sem nenhum motivo, mas corra.


Corra atrás de saúde ou corra porque tem saúde para isso, mas corra.

Corra solitário ou corra solidário, mas corra.

Corra só até a esquina de casa ou corra pelo mundo todo, mas corra.

Corra como quiser, onde quiser, com quem quiser. Mas corra.

sábado, 20 de abril de 2013

Treino 62 - (Com certeza) Maluco Beleza

A notícia de anteontem caiu como uma bomba. Ficar sabendo que a mudança de data vai me impedir de participar da prova, as 24 horas na pista da Virada Esportiva, para a qual vinha me preparando desde o começo do ano, foi um colossal balde de água gelada. Mas a vida continua e os treinos também. Objetivos se remodelam e nada há de me impedir de continuar correndo, literalmente, atrás deles.

Caminhos mudam, mas seguem sendo caminhos
Não deixei que o desânimo tomasse conta. Quando enfim veio o final do expediente comercial de sexta, aquele que parece ser o que mais demora para chegar, saí à rua de mapinha na mão e tudo. Tinha uma hora de rodagem livre para fazer, segundo a planilha. Um percurso repetido qualquer não me deixaria satisfeito, pelo menos não naquela noite. Havia de ser algo diferente, original, meio doido...

Tipo assim...
O que não falta por aí é gente criativa. Já rolou até uma vez (ou várias) um concurso na internet para ver quem fazia o desenho mais original usando o relógio-GPS. Teve corredor-artista que fez coraçõezinhos, animais, objetos, logotipos, figuras geométricas e outras bobagens divertidas afins. Quem também entrou nessa onda recentemente foi o meu bom camarada e companheiro de equipe, o Aldo. Usando as ruas da sua quebrada, o Jardim Ismênia (onde também morei por um ano, no final dos 90's). Porém, ao invés de desenhar, o cara cismou de escrever correndo... Ou correr escrevendo, sei lá eu!

O caderno de caligrafia do Aldão

Caprichando na letra, ele começou escrevendo o próprio nome. Depois, a título de incentivo, rabiscou o da esposa e também potencial corredora Daniela. Na semana seguinte, fez uma tríplice homenagem aos nossos amigos Sílvio Prado, Sílvio Lima e Sílvio Américo (vulgo "O Corredor do Apito", recuperando-se de uma fissura no tornozelo). Um passarinho me contou que o próximo na lista de honrarias, para a semana que vem, é esse que vos escreve. Confere, produção?

Esse dá trabalho... O nome também!
Inspirado na bem bolada brincadeira do amigo, resolvi fazer do meu treino também uma homenagem. Não a um apenas, mas a todos os meus companheiros de equipe de uma só vez. Garranchando pelas ruas do meu bairro, o Jardim Satélite, o nome que todos nós nos orgulhamos de carregar no peito. E dentro do coração. Somos malucos do asfalto, com muita honra!

Na prática, não ficou bonitinho assim... Mas valeu a intenção!
Comecei o percurso (e o algarismo um) na Avenida Andrômeda, em frente ao distrito policial. Desci a Rua Ipiau e fui desenhando os outros dígitos pelas vias paralelas entre a avenida e a Rua Cabo Frio. Como eram apenas três caracteres, nem precisei de todas as ruas. Na Cedral já finalizei o último zero. Retornei para começar a palavra cuja falta melhor nos caracteriza.

Com moderação
As letras, um pouco mais elaboradas que os números, exigiram uma maior atenção. Os nomes das ruas e a sequência delas estavam escritos no papelzinho, por via das dúvidas. E, ao reler, não enxerguei e quase torci o pé num buraco no asfalto. Estranho foi ver a reação das pessoas ao me verem indo e voltando pela mesma rua, como na Itapetinga, para rabiscar a letra I. E encontrar pelo caminho uma antiga vizinha, que provavelmente passou a me achar um pouco mais nerd do que já imaginava. Normal.

Fã incondicional
Depois de uma esticadinha até a Avenida Perseu para o Z do Zorro; e da letra O usando a Iguape, limite do bairro com o Bosque dos Eucaliptos, concluí o grafismo na Rua Itabuna, em pouco mais de 27 minutinhos e alguns metros aquém dos cinco quilômetros. Muito pouco, menos de metade do que mandava o "treinador". Não havia problema. Estava ali bem pertinho a Área Verde, onde tudo (re)começou, quase dez anos atrás. 

Retinha histórica
Foram seis voltas e meia, todas no sentido anti-horário, algumas pela terra e outras pelo concreto. E mais uma esticada de volta até minha casa, em ritmo de passeio. O bastante para inteirar a hora completa, com 10,6 km rodados e ritmo médio de 5'40''/km. A pouco mais de uma semana da primeira prova-alvo do ano, ficou de ótimo tamanho. 

Domingo tem mais, em Caçapava. Mas devo jogar no time dos que não vão fazer o percurso completo, de 19 km, na simpática terra da taiada. É hora de poupar as canelas para o gira-gira interminável na pista de Praia Grande do outro final de semana. Prudência.

Energia que dá gosto (doce)