terça-feira, 5 de março de 2013

Treino 35 - Salzinho na chupeta

Tempo perdido não volta atrás... Quilômetro também não! Mas, se a gente não rodou o que deveria naquele treinão do domingo, que pelo menos faça um regenerativo mais caprichado na segunda-feira à noite para sossegar o "Grilo Falante", que fica tudo certo depois.

O meu é chato pra chuchu... Ainda bem!
A bem da verdade, o plano original era até mais ousado. Já que haviam ficado pendentes, por erro no caminho, nada menos que quatorze quilômetros para o trajeto completo do dia anterior no Horto Florestal, a meta era cumpri-los. E eu faria isso tranquilamente, não fosse um detalhe: o terreno acidentado, com suas subidas e descidas porretas, haviam martelado os meus quadríceps. Que são fortes à beça. Mas não são de aço.

Gracyanne também não...
Se fosse uma dor forte, nem treino teria... Eu trocaria numa boa por um day off, é claro. Sou prudente e sensato (e talvez por isso corra direto há tantos anos). Como estava mais para um incômodo leve, ao invés de cancelar, optei por ficar no meio termo entre os quarenta minutinhos previstos e os 14 km do "saldo devedor".

Ainda bem que é saldo de distância; esse outro no sentido literal, é complicaaaaaaaaaado...
Além disso, lançaria mão de um recurso habitual. Tenho na manga (da regata?) alguns trunfos, percursos que são verdadeiras molezinhas, que uso sempre que estou a fim de um treino mais leve e tranquilo. Ou a planura total do complexo Mario Covas - Jorge Zarur - Eduardo Cury, que já mencionei em treinos anteriores. Ou a inclinação suave do caminho do Bosque.

Um pouco menos bucólico que isso
Morei no bairro vizinho, o Bosque dos Eucaliptos, por alguns anos. Foi lá que comprei meu primeiro apê, no início dos anos zero-zero; e onde fiz os meus treininhos como neocorredor no começo da década. Colado ao meu Jardim Satélite e bem semelhante a ele, ao ponto de parecerem uma coisa só. Tendo até suas principais avenidas, Andrômeda e Cidade Jardim, compartilhadas entre os dois bairros e unificadas na Praça das Bandeiras, pertinho de onde vivi. Ter o "Boscão" logo ali do lado, como meu cenário habitual de treinos, é sempre um privilégio. Uso-lhe e abuso-lhe.

Mas é mesmo um bosque
O Bosque é ligeiramente mais alto que o Satélite. Saindo de casa, os primeiros quatro quilômetros, segundo perfil altimétrico traçado pelo relógio Garmin Fenix, têm um ganho de elevação de quarenta metros. E perda zero. É um aclive suave, de 1% de inclinação, diluído em um longo retão. Dá para sentir, claro, mas não chega a ser nenhum paredão vertical. Pode-se encarar bem, mesmo em um dia de "descanso ativo".

A grande vantagem é o retorno. No final da Cidade Jardim, onde termina o bairro para começarem outros, como o Dom Pedro I e o Campo dos Alemães, já há uma bela ladeira abaixo. Quando se dobra à direita para voltar pela Avenida Salinas, essa rampa continua quase até o final do caminho. Perde-se tudo aquilo que ganhou e um bocadinho mais, em termos de elevação. A cacunda agradece.

Descida levinha, mas gloriosa, Salinas abaixo
Durante à noite, como nesse treino, mal dá para reparar. Mas o cenário por ali, além de ótimo para uma corridinha, é bem bonito também. Pelo menos no quilômetro que se percorre entre o bairro e o seu quase xará Bosque dos Ipês, à esquerda, em que há uma minifloresta. Não fosse o lixo que os próprios moradores se encarregam de deixar por ali, seria simplesmente perfeito. Nem parece que se está em uma das regiões mais povoadas da cidade.

Verde que te quero verde
Ao longo da avenida e em sua continuação no Jardim Satélite, foi inaugurado há alguns anos uma espécie de parque linear e aberto, o Senhorinha, mesmo nome do córrego que a margeia. A má conservação pelo poder público e lamentáveis atos de vandalismo acabaram reduzindo a área de lazer à mínima finalidade. A pista de terra, areia e pedriscos para caminhada e corrida está simplesmente impraticável, é um verdadeiro convite à torção de tornozelos e joelhos. Os dois bebedouros que existiam, foram depredados e fazem muita falta. Chega-se à inevitável conclusão que o povo não merece mesmo o pouco que tem, infelizmente.

Saudade de beber uma aguinha aí...
Onde havia esse segundo bebedouro e só restou o cilindro, acaba o melzinho e vem a "vingança" da Salinas. Mas não chega a ser nenhum acinte. A subida até onde ela muda de nome para Avenida Perseu é de fazer cosquinhas. No nono quilômetro, sobem-se doze metros e descem-se apenas dois. A brincadeira continua agradável e divertida.

O caminho completo
A partir daí, já de volta ao Satélite, pode-se escolher um entre vários caminhos. Todos são em aclive, mas com inclinações variadas. O pior deles é o primeiro, o da Avenida Iguape. As ruas do pedacinho do bairro antigamente conhecido como BNH vão ficando cada vez menos inclinadas, à medida que se aproxima da Avenida Cassiopéia. Escolhi uma das últimas, a Ipiau (aqui, todo mundo chama de IPIÁU, apesar da cidade baiana homenageada ter o nome pronunciado como IPIAÚ), que sai direto na Praça Mario Cesare Porto (onde treinara na sexta-feira passada) e seu bebedouro ainda "sobrevivente". Depois de uma hora ou quase 10,5 km de treino, a água (mesmo em temperatura ambiente) caiu muito bem.

Hip-hip, ipi-ai-ô
No frigir dos ovos, um treino agradável, sossegado, até fácil demais... Mas deixando a consciência relativamente tranquila e a sensação de missão cumprida por ora. Sem agravar o incômodo muscular. E já preparando corpo e mente para o que vem por aí, principalmente as seis horas do domingão. Não, não fique com peninha. Ninguém me obriga... ;-)

Link no Garmin Connect:
http://connect.garmin.com/activity/280534256

Resumo do treino:



2 comentários:

  1. É... acho que todo o corredor já passou por esse "peso na consciência" e acabou trocando os pés pelas mãos. O melhor é deixar a ansiedade de lado e respeitar o limite do corpo, para que o "prejuízo" não aumente.

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    1. Se for para aliviar a consciência, que se faça isso com consciência, amigo Gilson. É essa a mensagem que tento passar, às vezes por caminhos meios tortuosos, hehehe...

      Abração e bons treinos!

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