domingo, 3 de março de 2013

Treino 34 - Horto e os imundos de quem

Combinando com o trocadilho infantil do título, dose pra elefante... Treinão estilo briga de cachorro grande. Mas não impedindo a presença de chihuahuas, como esse que vos escreve. Não sou aquela criança birrenta que só joga se for com a própria bola. Para mim, tanto faz se sou eu mesmo, um companheiro de equipe, um amigo de outro grupo de corrida ou alguém que mal conheço quem convida e marca. Se me chamarem para treinar (e eu puder), eu vou.

Um pequeno entre os grandes
Este domingo tinha previsões diferentes. A princípio, a ideia seria fazer mais uma churrascorrida (a gente gosta pouco disso!), com treino antes e carne na brasa depois. Ficou para o próximo. O idealizador (Giovani) da festa, tendo participado na véspera do Desafio Serras Verdes em Sapucaí-Mirim (babei de vontade, ainda mais depois de ver as fotos, mas resisti bravamente, mantendo meu compromisso de poucas provas e muito treino no semestre) e, entrando em um acordo com o promoter (Higino) deste outro evento, previamente agendado, achou por bem transferir a data. Melhor assim. Somar vale mais que dividir.

Unidos somos mais fortes
Bem que eu tentei agitar a galera, mas nem todos topariam dessa vez. Uns também correram no sul mineiro no sábado, outros tinham compromissos de trabalho, houve quem simplesmente sumiu ou preferiu acordar mais tarde. Mas não teve tempo ruim... Da nossa turma habitual, além de Wagner e Elias, já confirmados com bastante antecedência, também apareceriam o Edson, a delegação de Caçapava (Renata, Raphael e Diego). E um visitante dos mais ilustres, reaparecendo depois de um longo e tenebroso verão (não dá nem para dizer inverno, porque o cara foi lá para a escaldante Manaus!). Meu grande camarada Silvio Lima. Companheiro de muitos treinos e corridas por aí.

Parceria de muitos quilômetros
Apesar de termos combinado bem mais tarde que o restante da turma (o plano deles era começar às 6:30, horário em que eu ainda estava saindo de casa), não fomos os últimos a chegar. No estacionamento do depósito de material para construção na entrada do bairro Costinha, onde fizemos o retorno naquele primeiro treino coletivo do ano, estavam alguns dos grandes nomes do atletismo joseense nos últimos preparativos antes da largada. Vencedores de várias provas da cidade e região, inclusive. Se somarmos a quantidade de troféus de todos eles juntos, dá para encher um (ou mais) galpão de fábrica...

cavalaria
Já lá pelas 7:20, sem direito nem à tradicional foto oficial, a turma enfim disparou SP-50 afora. A Renata perguntou se era até Monteiro Lobato, cidade vizinha. Talvez fosse melhor se... Correríamos por pouco tempo, uns quatro quilômetros só, pelo asfalto. Logo entrávamos à esquerda, pouco antes do Cisne Real Park, para começarmos a parte rústica da brincadeira. E bota rústica nisso!

Fim do asfalto, começo da encrenca
A estradinha de terra e cascalho, além de estreita, já começava inclinada. Só um leve aquecimento para o que viria depois. A cada passo foi ficando cada vez mais bonito, isolado... E sempre morro acima! O altímetro do Garmin Fenix parecia taxímetro em bandeira dois. Não tardaria a surgir a primeira bifurcação. E nessa, nos saímos bem. Errar o caminho era fácil à beça. Veríamos mais tarde que fácil MESMO.

Pegamos a esquerda e acertamos
Havia estudado o caminho no Google Earth, explorando até onde seu Street View permitiu (o carro equipado com câmera acabou desistindo e voltando ainda no começo). Ouvi as orientações do organizador do treino, atentando para o detalhe que ele mencionou: o caminho errado tinha cara de certo, por aparentar ser o principal. Mesmo não sendo fã de parar para pedir informação (mal do gênero), sugeri que o fizéssemos para uma moradora local, que por ali caminhava. E confiamos cegamente nela, quando respondeu que o caminho que levava ao Horto Florestal era aquela via lateral à esquerda. Não titubeamos. Entramos na tal estradinha Vespasiano de Oliveira. Erramos feio. Perdemos o posto de água... E o rumo também!

Você chama isso de estrada?
Perdemos bastante. Mas ganhamos também. Um visual belíssimo, lindos cenários para fotos, ar puro de doer o pulmão. Subidas insanas, daquelas de fazer andar, quase engatinhar... E, para "ajudar" um pouquinho mais, lama. Lama de montão. Enquanto o pessoal que acertou o caminho corria forte na estrada sequinha e segura, a gente afundava o pé no atoleiro, quase perdia o tênis, literalmente. Mas parecia que ninguém estava se importando muito com isso, não. Mal-humorado, não tinha um.




Com o tempo, o grupo acabou se dispersando. Edson, chegado numa pirambeira que ele só, disparou na frente. O trio caçapavense permaneceu coeso e solidário. Eu e Silvio, revivendo velhos tempos, escalamos juntos até chegarmos perto dos 900 metros de altitude (nem sabia que existia isso em São José!) e avistarmos lá no alto o Wagner com parte da turma. Que ainda tiraram sarro, dizendo que a gente havia cortado caminho. Tínhamos mesmo, só não de propósito. O topo parecia que não chegava nunca. Mas chegou. Começou enfim a alegria da descida. E que descida. E que alegria!

U-hu!!!!
Não deu para embalar como no Cristo abaixo, em Poços de Caldas. Até porque o chão não era lá muito confiável. Um escorregão ali e potof... Mas foi bom demais recuperar o tempo perdido nos paredões e no lamaçal. Deu até para alcançar o Professor Carlão e sua filha Drielle, claro, só porque eles estavam descendo devagarinho e vindo do caminho certo.

Sem muita noção de quanto faltava para chegar, mas achando que ainda tinha bastante chão pela frente, tão logo avistamos, eu e Silvio, sinais de civilização, paramos num boteco para encher as garrafinhas d'água (eu tentara levar uma de 750 ml, não conseguira, e acabaria optando por uma de isotônico durante o percurso).

100% e sem comparação. ÁGUA!
Logo depois, voltando a trotar, perguntaria para um nativo se ainda faltava muito para chegar ao Costinha. Fui surpreendido pela resposta: "é aqui". 500 metros à frente, segundo ele, estava a ponte da entrada do bairro, de onde havíamos saído, duas horas antes. A interrupção súbita do treino, duro, quase exaustivo, até que foi bem-vinda. Mas sabe quando fica aquela sensação de "ah, queria mais..."? O corpo estava cansado. Mas a cabeça estava preparada para, no mínimo, mais uma hora de rodagem.

Compacto com melhores momentos
Chegamos, reencontramos os amigos já concluintes, aguardamos a chegada de outros, tomamos um "banho" na torneira da Sabesp (tomara que não mandem a conta!), lavamos os tênis emporcalhados, tentando salvá-los e prorrogar sua vida útil. Devidamente recompostos, partimos com ferocidade para cima do lanchão comunitário, que teve frutas, roscas salgadas, bolos e sucos diversos. No capricho. Condizente com o desafio.

VT completo
Ficou para outra vez a chance de encarar o percurso completo, com quase 31 km, que só as grandes feras enfrentaram e venceram hoje. Mas a "versão kids" foi divertida... E até que ficou de bom tamanho para os estreantes. Agora que (acho que) aprendi o caminho, um dia eu volto.

6 comentários:

  1. Treino Show de Bola Fábio. Se a gente acertasse o caminho não teria sido tão divertido.
    Valeu pela força e motivação durante as partes mais difíceis.
    Até a próxima, no próximo fds.

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    1. Show de bola mesmo, grande Silvio. Inclusive pela sua presença e participação. Satisfação grande voltar a correr ao seu lado, depois de tanto tempo. Parabéns pela força de vontade e disposição. É seguir nessa toada e retomar o caminho.

      A gente se vê no treinão da semana que vem.

      Abraço e até lá!

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  2. Nossa Fábio, ainda bem que eu não fui rsrsrsrsrsr. Eu ia correr igual uma pata, pois foi por causa de chão escorregadio que eu já quebrei minha perna em 03 lugares. Se bem que tô falando da boca prá fora, porque só de olhar as fotos, e ler o teu relato dessa aventura...me deu foi é água na boca!!! Mas, prá muitas coisas tenho paciência, e aguardarei outro treino lindo como foi esse. Parabéns ao Higino, Carlão enfim os idealizadores desse treino, e a vocês valentes e audazes participantes.

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    1. Foi vacilo nosso, Vanda. O trecho que o pessoal correu era punk, com subidas fortes, mas não tão "Nutella" quanto esse que a gente fez. Mas foi muito legal. Pena mesmo você não ter ido. Fica pra uma próxima vez. Obrigado pela força de sempre.

      Boa semana e bons treinos!

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  3. Ai sim...como diria Arlindo Cruz...O meu lugar.

    Parabéns pelo treinaço Japa. Me leva nesse também.

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    1. Véio, achei a sua cara MESMO... Quando você vier pra cá, a gente combina. E erra o caminho de propósito só pra ficar mais encrencado.

      Abraço!

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